Complicações crônicas do diabetes - Diabetes Saúde

Complicações crônicas do diabetes

As complicações da diabetes não podem ser previstas, mas são muito menos comuns e graves nas pessoas que possuem os níveis de glicose bem controlados.

Esse controle da glicemia pode ser estimado através da dosagem da Hemoglobina Glicada, ou HbA1c, um exame que reflete a média dos valores de glicemia nos três meses anteriores em cada paciente.

O controle ótimo da diabetes é obtido quando a HbA1c é menor do que 7%, sendo que ela deve ser dosada a cada 3 meses, a cada consulta médica.

As complicações crônicas da diabetes ocorrem basicamente pelo excesso de glicose no sangue, o que leva a lesões nos pequenos vasos sanguíneos da retina e dos rins, nos grandes vasos do coração, pescoço e pernas e lesões nos nervos responsáveis pela sensibilidade e movimento dos membros e pelo funcionamento do intestino e bexiga.

Confira as partes comprometidas no paciente com diabetes.
1. Retinopatia Diabética: acometimento da retina, que corresponde a uma tela no fundo do olho onde são projetadas as imagens que vemos.
A hiperglicemia leva ao aparecimento de manchas e sangramentos na retina, determinando a diminuição da visão. Em casos mais graves, podem ocorrer descolamento de retina e hemorragia vítrea, resultando em cegueira.

A diabetes favorece o desenvolvimento de catarata e glaucoma.

Como prevenir a retinopatia?

Para prevenir a retinopatia, é fundamental manter um bom controle glicêmico (HbA1c < 7%), controlar bem a pressão arterial e fazer Exame de Fundo de Olho com oftalmologista pelo menos uma vez ao ano.

2. Nefropatia Diabética: consiste no acometimento dos rins pela diabetes, já que a glicose alta e a pressão arterial elevada podem causar lesões nesses órgãos.

Como avaliar o acometimento dos rins pela diabetes?

Avalia-se o acometimento dos rins pela perda de proteínas pela urina.

Como prevenir a nefropatia?

Para prevenir a nefropatia, é preciso:

• Controlar bem a glicose (HbA1c < 7%);

• Manter a pressão arterial menor do que 130 x 80 mmHg;

• Fazer exame de urina que pesquise a microalbuminúria pelo menos uma vez ao ano;

3. Neuropatia Periférica:

A hiperglicemia crônica pode também levar ao quadro de Neuropatia Periférica, ou seja, lesão nos nervos das pernas e braços, que pode determinar o aparecimento de sintomas como dormência, formigamento, câimbras e dores em queimação nos membros inferiores, além de deformidades nos pés, como joanetes e calos. Em casos mais avançados, pode haver perda da sensibilidade dolorosa e térmica (de temperatura) e ulceração nos pés.

Como prevenir?

Para prevenir esses problemas, é necessário controlar a glicose, ir ao médico regularmente e pedir a ele que examine os pés e, principalmente, cuidar diariamente dos pés, desde sua limpeza à escolha do calçado (ver cuidados com o Pé Diabético).

4. Neuropatia Autonômica:

Ocorre pelo acometimento dos nervos dos órgãos do corpo pela hiperglicemia. Pode se apresentar na forma de constipação intestinal, diarréia persistente, vômitos e sensação de empachamento no estômago, hipotensão postural (queda de pressão quando na posição de pé), disfunção erétil e dificuldade para urinar por fraqueza da bexiga (disfunção vesical).

Outras complicações:

Doenças do coração e dos vasos ocorrem com mais frequência em quem tem diabetes e representam a principal causa de morte nesses pacientes. Dentre elas, a mais grave é a chamada DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA, que consiste no entupimento das artérias coronárias, que alimentam o coração, graças à lesão dos vasos pela hiperglicemia e pelo depósito de colesterol nos mesmos formando as placas de aterosclerose.

Nessa situação, podem surgir sintomas de angina (dor no peito) e, se a dor for persistente, podemos estar diante de um infarto do miocárdio. Todo diabético que apresentar dor no peito deve procurar imediatamente atendimento médico de urgência. A doença arterial coronariana é mais comum nos pacientes diabéticos com hipertensão descontrolada, elevação do colesterol e nos fumantes.

O entupimento dos vasos pode aparecer nas artérias do pescoço, levando ao risco de derrame cerebral (AVC, ou acidente vascular cerebral), e nos membros inferiores, levando à má circulação de sangue nas pernas e dor para caminhar.

Como prevenir?

• Controle adequado da glicose (HbA1c < 7%);

• Controle da Pressão Arterial (PA menor que 130 x 80 mmHg);

• Não fumar;

• Praticar exercícios físicos regularmente;

• Comparecer sempre às consultas, pelo menos a cada 3 meses, tirar suas dúvidas e seguir as orientações da equipe de saúde;

• Realizar o exame de microalbuminúria pelo menos uma vez ao ano e consultar com nefrologista, se necessário;

• Consultar com oftalmologista pelo menos uma vez ao ano, realizando o exame de fundo de olho;

• Consultar com cardiologista pelo menos uma vez ao ano e caso apareçam sintomas;

• Cuidar bem dos pés.